quinta-feira, 6 de junho de 2013

Minha história ligada a leitura é muito rica e cheia de aventuras. Comecei a trabalhar aos quinze anos num escritório de advocacia em Santa Fé do Sul, que por coincidência também era e é um dos jornais da cidade "O Jornal". Era secretária e como ficava muito tempo sentada comecei a ler os romances que todos conhecemos bem, Júlia, Sabrina e Bianca, mas meu patrão, que considero um pai pra mim e que também é formado em Letras ficou muito injuriado por eu estar lendo esses tipos de livros e me mostrou um mundo que até então eu não conhecia, os clássicos. Fiquei maravilhada com esses autores de todas as épocas e escritas diferentes. Devorei toda a coleção de Machado de Assis, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, José de Alencar, Padre Antônio Vieira, Aluisio de Azevedo, Euclides da Cunha, Camões, Fernando Pessoa entre muitos outros que que ele orgulhamente tinha e tem um suas estantes. Durante cinco anos viajei por todos os lugares, conheci várias épocas, passei por muitos acontecimentos históricos e aprendi muito sobre cada um deles. Hoje continuo lendo por prazer e gosto e agradeço muito a ele por ter mostrado a mim, uma pessoa até então leiga o que o maravilhoso mundo da leitura e do conhecimento pode nos oferecer.

Meus primeiros contatos com a leitura

Identifiquei-me muito com as palavras de “Danuza Leão” e “Gilberto Gil”. Elas fizeram com que muitas lembranças sobre minha infância e experiências literárias aflorassem em minha memória. Dentre elas posso destacar a maneira como fui alfabetizada. Não tive o prazer de frequentar a Educação Infantil, fui matriculada diretamente no “primeiro ano”. As oportunidades eram poucas e difíceis para quem vivia na zona rural. Já que minha mãe não foi alfabetizada, mas me contava muitas histórias e me incentivava a ir à escola. Assim, apesar dos obstáculos, nunca deixei de frequentá-la. O caminho era longo, eu juntamente com meus irmãos e alguns vizinhos caminhávamos cinco quilômetros para chegar ao local. Lá, a professora contava a cada dia um pedaço de uma história. Acredito que esse tenha sido o primeiro momento que entrei em contato com o maravilhoso mundo da leitura. Eram histórias fantásticas, de garotas heroínas e animais falantes. Fiquei fascinada por tudo aquilo e a partir daí não parei mais.

Como não possuíamos livros nem revistas em casa, sempre ficava esperando papai chegar da cidade com as compras, as quais vinham embrulhadas em jornais que lia fervorosamente. Trazia também almanaques que ganhava de brinde da farmácia do Sr. Jarbas Moraes, assim como gibis e calendários. Recortava as palavras e montava minhas próprias histórias que lia para meus irmãos mais velhos. As bonecas eram esquecidas por mim já que minhas brincadeiras preferidas eram: escolinha e circo no fundo do quintal. Sempre fui a professora, adorava... Lia histórias para meus alunos seguindo o exemplo daquela que me ensinara a ler.  Quando a brincadeira acabava, sentava em qualquer canto e continuava a leitura, só parava quando já estava na hora de dormir ou quando terminava algum gibi. Quando mudei para a cidade, gostava de ficar no bazar perto de minha casa lendo as revistas de fotonovelas e livros infantis que ali vendiam.
Hoje, sinto-me realizada em poder proporcionar e incentivar os alunos a ter acesso ao mundo da leitura. Pois é por meio dela que formaremos cidadãos de bem.

ISABEL SOLÉ "O ensino das estratégias de leitura ajuda o aluno a utilizar seu conhecimento, a realizar inferências e a esclarecer o que não sabe." Foto: Sérgio Scripilliti

Qual a maior contribuição do livro Estratégias de Leitura para a aprendizagem em sala de aula?
ISABEL SOLÉ Eu diria que o maior mérito foi colocar ao alcance dos professores de Educação Básica uma forma de pensar e entender a leitura que já era bastante conhecida no âmbito acadêmico, mas ainda não tinha muito impacto na prática educativa. Afinal, são os docentes que de fato contribuem para a melhoria da aprendizagem da leitura. 

O que a escola ensina sobre a leitura e o que deveria ensinar? 
ISABEL Basicamente, a escola ensina a ler e não propõe tarefas para que os alunos pratiquem essa competência. Ainda não se acredita completamente na ideia de que isso deve ser feito não apenas no início da escolarização, mas num processo contínuo, para que eles deem conta dos textos imprescindíveis para realizar as novas exigências que vão surgindo ao longo do tempo. Considera-se que a leitura é uma habilidade que, uma vez adquirida pelos alunos, pode ser aplicada sem problemas a múltiplos textos. Muitas pesquisas, porém, mostram que isso não é verdade
Olá!
A leitura entrou na minha vida aos poucos, pois enquanto criança não tive muito contato com o mundo encantado dos livros, pois não me recordo dos meus professores primários lendo para a sala, depois as leituras se iniciaram, porém eram impostas, para fazer provas, assim se estendeu até a faculdade.
Hoje sei o quanto a leitura é importante e qual grande é o papel do professor e dos pais em propagar o gosto pela leitura, uma vez que descobri o gosto pela leitura quando comecei a trabalhar com o Game Superação, onde ao preparar minhas aulas, ler os roteiros e vivenciar o prazer pela leitura com meus alunos é que fui me apaixonando pela leitura.
Considero-me fruto do Game Superação, pois através das práticas de leituras, as habilidades foram me despertando para o prazer que a leitura proporciona, agora não consigo imaginar a vida sem os livros.
Gosto muito de ler depoimentos sobre leitura, sua importância e como ela entrou na vida das pessoas, pois serve muito para me motivar, dar continuidade ao meu trabalho e contagiar cada vez mais meus alunos sobre a importância, pois como diz Marilene Chauí: "O livro é um mundo porque cria mundos ou porque deseja subverter este nosso mundo".
Até mais!